Coisa de Mineiro, uai!

Declaração de amor de mineiro.

Ocê é Tudo

Ocê é o colírio do meu zói... É o chicreti, garrado na minha carça dins. É a maionesi du meu pãun. É u ciscu nu meu zói (o ôtro zói - eu tenhu dois). U rechei du meu biscoitu. A masstumati du meu macarrão. Nosso Deuso!! Gós dimais da conta docê, uai. Ocê é também: O videperfume da minha pintiadêra. O dentifriçu da minha iscovdidênti. Ói procevê, Quem tem amigu anssim, tem um tisôru! Eu guárdêssi tisoru, cum todu carinhu, Du Ladisquerdupeitu !!! Den du Meu Coração!!! AdorU Ocê Nosso Deuso! gostOcê dimais da conta, uai. Gós docê padaná!! Beju pru ce danada... ti lóviu dimais mêmu... cê credita?
 

Pode ???

Ói aí proceis vê!

 

NUDEZ MINEIRA


Dois cumpadi de Uberaba tava bem sossegadim fumando seus respectivo cigarrim de paia e proseano.
Conversa vai, conversa vem, eis qui a certa altura um deles pergunta pro otro:
- Cumpadi, u quê quiocê acha desse negóço de nudez?
- Nu qui u otro respondeu:
- Acho bão, sô!
U otro fico assim, pensativo, meditativo... e pergunto di novo:
- Ocê acha bão purcaus diquê, cumpadi?
I u otro:
- Uai! É mió nudês do que nunosso, né messsm?

 

TREM CAIPIRA


Uma muié tava isperano u treim na estação ferroviária di Varginha, quandu sentiu uma vontade di i urgentemente ao banheiro.
Foi...
Quandu volto, u treim já tinha partido. Ela começo a chora.
Nesse momento, chego um mineirim, compadeceu-se dela i pergunto:
- Purcaus diquê qui a sinhora tá chorano?
- É qui eu fui uriná i u treim partiu...
- Uai, dona! Por caus dissu num percisa chorá não... tenho certeza bissoluta qui a sinhora já nasceu com essi treim partido...

 

MUIÉ MINEIRA


Us dois cumpadi pitavam u cigarrim di paia e prosiavam. Um deles pregunta:
- Ô cumpadi, cumé que chama memo aquela coisa que as muié tem (faz um sinal cas duas mão), quentim, cabeludim, qui a gente gosta, é vermeia i qui come terra?
- Uai... quentim... vermeia...? A gente gosta? Uái sô, só podi sê aquelazim.
Mas eu num sabia qui comia terra, sô!!
U otro dá uma pitada nu cigarro:
- Pois come, cumpadi. Só di mim, cumeu trêis fazenda.

 

MINEIRIM NO RIDIJANEIRO


Um mineirim tava no Ridijaneiro, bismadu cas praia, pé discarço, sem camisa, caquele carção samba canção, sem cueca pur dibacho.
Us carioca zombano, contano piada di minero.
Alheio a tudo, o mineirim olhô pro marzão i num si güentô: correu a toda velocidade e deu um mergúio, deu cambaióta, pegô jacaré e tudo mais.
Quando saiu, u carção di tecido finim tava transparente e grudadim na pele.
Tudu mundo na praia tava oiano pru tamanho du 'amigão' qui o mineirim tinha. U bicho ia até pertim du juêio...
A turma nunca tinha visto coisa iguar. As muié cum sorrisão, us homi roxo dinveja, só tinha zóio pru bicho.
U mineirim intão percebeu a situação, ficou todo envergonhado e grito:
-Qui qui foi, uai? Seus bobãum... vão dizê qui quando oceis pula na água fria, u pintim doceis num incói tamém?

 

TRAIÇÃO À MINEIRA


U amigu chega pro Carzeduardo i fala:
- Carzeduardo, sua muié tá te traino co Arcide.
- Magina!! Ela num trai eu não. Cê tá inganado, sô.
- Carzed uardo! Toda veiz qui ocê sai pra trabaiá, u Arcide vai pra sua casa e prega ferro nela.
- Duvido! Ele não teria corage...
- Mais teve! Podi confiri.
Indignado com uque u amigo diz, u Carzeduardo fingi qui sai di casa, sesconde dendu guarda roupa i fica oiandu pela fresta da porta.
Logo vê sua muié levano u Arcide pra dendu quarto pra começa a sacanage.
Mais tarde, ele incontra co amigo, que pergunta u qui hove.
I intão, u Carzeduardo relata cabisbaixo:
- Foi terrivi di vê!!!... ele jogo ela na cama, tirô a brusa... e us peito caiu... tirô a carcinha... e a barriga e a bunda dispencaro... tirô as meia... i apariceu aquelas varizaiada toda, as perna tudo cabiluda.
I eu dendu guarda roupa, cas mão no rosto, pensava:
'Ai...qui vergonha qui tô du Arcide!!!'

 

UAI SÔ


Um mineirim bom di cama, passano por New York, pega uma americana e parte pros finalmente.
Duranti a relação, a amer icana fica loca e começa a grita:
- Once more, once more, once more... (tradução de once more: 'mais uma vez')
I u mineirim respondi disisperado:
- Beozonte, Beozonte, Beozonte...

 

INDO PARA A PESCARIA...


Us dois minero si incontra nu pondi ônibus im Cocalinho pruma pescaria.
- Intão cumpade, tá animado? pergunta o primero.
- Eu tô, home!
- Ô cumpade, pro mode quê cê tá levano esses dois embornal?
- É que tô levano uma pingazinha, cumpade.
- Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado qui num ia bebê mais?!
- Cumpade, é qui pode aparece uma cobra e pica a genti. Aí nóis disinfeta cum a pinga e toma uns goli qui é pra mode num sinti a dô.
- É... e na otra sacola, o que qui cê tá levano?
- É a cobra, cumpadi. Podi num tê lá...

 

MINEIRIM COMPRANDO PASSAGEM


U mineirim vai à estação ferroviária pra compra um bilheti.
- Quero uma passage pra o Esbui - solicita ao atendente.
- Num intendi; u senhô podi repeti?
- Quero uma passage pra o Esbui!
- Sinto muito, senhor, num temo passage pra u Esbui.

Aborrecido, u caipira si afasta du guichê, si aproxima du amigo que o estava aguardando e lamenta:
- Olha, Esbui, u home falo qui pra ocê num tem passage não!

 

A PESQUISADORA E O MINEIRIM


Uma pesquisadora do IBGE bate à porta de um sitiozim perdido nu interio di Minas.
- Essa terra dá mandioca?
- Não, sinhora. - responde u roceiro.
- Dá batata?
- Tamém não, sinhora!
- Dá feijão?
- Nunca deu!
- Arroz?
- Di jeito nenhum!
- Milho?
- Nem brincano!
- Qué dize qui pur aqui não adianta prantá nada?
- Ah... si prantá é diferente...

 

Eita povo mineiro danado de bão sô!